Brincadeiras não têm gênero

Brincadeiras não tem genero

Temas como brincadeiras e gênero vêm tomando conta da mídia, mobilizado muitas pessoas, gerando discussões e grandes dúvidas. Até os brinquedos têm entrado na discussão.

Certamente, você já ouviu a frase: “esse brinquedo é de menino e esse brinquedo é de menina”, mas será que os brinquedos precisam ser divididos entre os gêneros?”

Em primeiro lugar, precisamos esclarecer que brincadeira não tem gênero e, por esse motivo, não faz sentido à ideia de que meninas devam brincar de certos jogos e com determinados brinquedos e meninos com outros. Isso é apenas reflexo da sociedade em que vivemos e proveniente de uma divisão criada pelo mundo dos adultos. 

Ajudar a perpetuar essa diferença é limitar o processo de aprendizado das crianças nas atividades lúdicas e incentivar preconceitos futuros. É importante que as escolas não compactuem com esse pré-conceito criado por adultos.

O ato de brincar é fundamental para uma criança, é uma importante forma de aprendizagem e de compreensão do mundo, além de fonte de prazer e maneira de expressão, portanto, tanto faz o gênero, o que importa é ser criança.

A importância de as crianças terem o contato com diferentes tipos de brincadeiras

A separação das brincadeiras por gênero pode ser muito prejudicial, pois limitam o universo lúdico da criança e é isso que devemos levar em conta. 

Na DreamKids, estimulamos que a criança explore e descubra possibilidades sem imposições e exerça sua criatividade. Afinal de contas, as crianças são curiosas e o interesse de um menino em brincar com bonecas ou de uma menina em andar de skate nada tem de estranho.

Se uma criança vê o coleguinha brincando de algo, logo fica interessada em participar, independente do que seja. Quando uma criança brinca, tudo que está em seu entorno interessa a ela, desperta sua curiosidade e ela quer experimentar. Quanto mais ela estiver livre para explorar e descobrir, mais rica será essa experiência e maior o seu aprender.

Propiciamos brincadeiras de faz de conta, em que a “criança” escolha o que e como quer ser. Não reforçamos, nem propomos competições ou divisões de tarefas entre meninos e meninas.

Há pais que temem que o incentivo às brincadeiras variadas possa, de alguma forma, exercer influência sobre a sexualidade da criança, porém nós, educadores na escola, sabemos que isso é um equívoco e que não devemos associar a brincadeira à sexualidade futura.

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, publicadas em 2009, o artigo sete trata da importância de se educar construindo novas formas de socialização e de subjetividade que sejam comprometidas com os aspectos lúdicos, ao mesmo tempo em que promovam o rompimento das relações de dominação de gênero.

Já o artigo nove aborda sobre a importância de as escolas promoverem o respeito pelos desejos e expressões de individualidade das crianças. Sendo assim, nós na DreamKids fazemos valer essas Diretrizes no nosso trabalho diário.

No espaço da brinquedoteca, as crianças são incentivadas a brincar de tudo o que desejarem. Encontramos então, meninos dando mamadeira para a boneca e meninas se divertindo com bonecos de Super Heróis e carrinhos. Aqui, o mais importante é o jogo simbólico e a forma espontânea do brincar.

O papel de toda equipe, nesse contexto, é muito importante. Respeitar as escolhas das crianças é fundamental para que se construa uma relação horizontal com elas.

Atuamos com atitude de supervisão e não de interferência. Cabe a nós o papel de mediar, de sugerir possibilidades. Acreditamos que colocar um ‘não’ pode ser problemático, pois, na brincadeira, a criança diz coisas que não diria de outra maneira e cabe a nós estarmos atentos para isso.

Não será proibindo que faremos a criança desistir daquela brincadeira. A curiosidade dela será atiçada, e ela vai brincar escondido. Não é melhor, então, o brincar com a supervisão e orientação dos pais ou de um professor?

Na escola, a equipe sempre incentiva as crianças a brincarem juntas, sem se preocupar se a dinâmica é considerada masculina ou feminina. O objetivo é promover a interação até na hora de se formar uma fila. Não há uma de meninas e outra de meninos: todos ficam juntos.

Os alunos da educação infantil não apresentam nenhum tipo de problema com a proposta, por exemplo, de limpar a sala após picarem papel etc. E isso é aproveitado por nós, mostrando que é normal meninos e meninas desempenharem esses papéis.

Julgamos que o trabalho com gêneros não é algo que tem começo, meio e fim. É uma postura diária, constante e, como educadores, temos total responsabilidade nesse processo do brincar e construir uma identidade.      

Recomendamos, aqui, alguns livros de literatura infantil que ajudam na discussão do tema para crianças, pais, professores e responsáveis pela educação da criança:

Escrito por nossa coordenadora pedagógica Vera Mello.

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