Para as crianças da educação infantil, a musicalização é um dos temas essenciais a serem trabalhados, ao lado do movimento da linguagem oral, da leitura e das artes plásticas, entre outros, conforme indica o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, documento do Governo Federal.
Mas como trabalhar o conteúdo nos anos iniciais?
Despertando o interesse por música
As atividades devem ter como objetivo ampliar o contato da criança com a linguagem sonora e musical, de forma lúdica, prazerosa e despertar o gosto por elas. É a chamada musicalização. As propostas devem sensibilizar para a escuta e para o reconhecimento de diversas características do som, por exemplo, quando é grave ou agudo, forte ou fraco.
Outras questões importantes são identificar se a música tem refrão e qual sua introdução, de que maneira o som pode ser representado e quais os diferentes ritmos, entre tantos outros aspectos. Com base nesses conhecimentos, a criança desenvolverá sua capacidade de escolha, discernindo o que considera de qualidade e o que é de seu gosto.
Desenvolvendo inteligência musical
Fazer perguntas como: “O que você está escutando agora?” e “Vocês perceberam que essas frases já foram ditas na canção?” “Conhecem esse instrumento”? É uma forma de chamar a atenção das crianças para elementos específicos, como o som de determinado instrumento e o refrão. Normalmente, se escuta a música como sendo uma coisa única, um bloco só, sem perceber que são vários sons que a compõem.
Os três eixos da musicalização
A musicalização deve estar apoiada em três eixos: escuta ou apreciação (ouvir com atenção, observando os elementos que fazem parte da música e os efeitos produzidos por eles), prática e produção (mais do que “fazer direito” ou dentro de moldes estabelecidos, é importante experimentar o contato com instrumentos e com o canto), e contextualização (identificar em qual tempo e espaço as obras foram criadas e saber que são fruto de certas culturas).
Conforme o objetivo das aulas e a faixa etária, um ou outro podem ter peso maior – nem sempre, por exemplo, é essencial explorar o contexto de criação da música.
Esse tipo de abordagem cria uma base para um estudo mais estruturado da linguagem musical, incluindo a teoria, as técnicas e os conceitos, inclusive a alfabetização musical (a escrita das notas ou símbolos). Mesmo que isso seja feito, porém, não se deve dispensar as atividades que levam à sensibilização para a música – aliás, ela pode ser desenvolvida por toda a vida. “É importante, sempre, trabalhar melodia, harmonia, ritmo e canto. Ensinar apenas um instrumento é restritivo e faz com que se perca a visão do todo”, reforça Schkolnick, um famoso professor de música.
Uma boa aula de musicalização:
– Explora e aproveita o som e o silêncio
A música é um som feito com base no silêncio. O professor deve propiciar momentos para a criança refletir sobre ambos, identificar os instrumentos e dar espaço à invenção das próprias músicas;
– Contextualiza o músico e sua obra (respeitando a faixa etária)
A música sempre é feita num lugar, num tempo e num espaço definidos. Tendo essas informações, a turma pode compreender melhor a obra e até estabelecer relações com sua vida;
– Deixa que os alunos soltem a voz
O canto é o nosso primeiro instrumento e precisa fazer parte da rotina;
– Permite tocar de tudo
Explorar o som com vários objetos é um modo de enriquecer o repertório. As crianças devem experimentar os instrumentos espontaneamente e também em atividades dirigidas pelo educador;
– Mostra como ouvir com atenção
É fundamental que as crianças ouçam, cantem e toquem músicas criadas por elas próprias e outras composições em atividades interligadas. Criar o hábito da audição é importante, pois vivemos numa sociedade totalmente visual, na qual os sons raramente aparecem dissociados das imagens;
– Vai além dos sons conhecidos
Trilhas sonoras de programas infantis ou filmes podem fazer parte do cotidiano das famílias, mas a escola deve proporcionar o contato com outros tipos de canções. A intenção do professor deve ser ampliar o que a turma já sabe e ajudar a desenvolver critérios de seleção do que quer escutar, formando assim seu próprio repertório musical.
Na DreamKids a musicalização é uma das atividades mais esperadas pelas crianças e uma série de habilidades sociais, motoras, afetivas e muito mais, são trabalhadas.
Vera Regina e fontes do acervo particular
Renata Martinelli professora de musicalização e cantora
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