Brincadeira tem gênero?

É por meio das brincadeiras que as crianças experimentam papéis sociais, exercitam a empatia e reproduzem suas impressões. Já falamos aqui no blog sobre a importância do brincar no dia a dia dos pequenos. Mas, afinal, será que existem brincadeiras mais adequadas para meninos ou meninas?

Uma das primeiras perguntas ao se descobrir que alguém está grávida é o sexo do bebê. Se for uma menina, todo o enxoval é rosa e cheio de lacinhos. Se for menino, tudo muda para azul e carrinhos. As crianças vão crescendo nesse ambiente e, sem perceber, essas diferenças acabam sendo levadas para as brincadeiras.

Perpetuar essa diferença é limitar o processo de aprendizado das crianças nas atividades lúdicas – e incentivar preconceitos futuros. Isso porque, para ter um desenvolvimento saudável, as crianças precisam experimentar o mundo e brincar é um dos meios que utilizam para fazer isso.

Brincar de carrinho, por exemplo, pode desenvolver a curiosidade, a coordenação motora e o reconhecimento de formas e cores. Já o faz de conta de casinha ou supermercado estimula a imaginação, a sensibilidade e o ato de compartilhar. Menino ou menina, esses são aspectos importantes para todos. Portanto, as brincadeiras devem ser estimuladas para ambos os gêneros.

Um exemplo interessante de se observar é impedir que um menino nine uma boneca. Para ele, que vê o pai, tios e amigos da família cuidando dos filhos, esse é um movimento natural de ser reproduzido. E deve ser natural para todos a sua volta também.

Como lidar com as diferenças de gênero?

Em média, até os 3 anos de idade as crianças não entendem as características biológicas como diferenças. Entretanto, se são repreendidas ou até mesmo ridicularizadas quando não fazem escolhas consideradas corretas, aprendem a desigualdade entre homens e mulheres e a relação de poder entre eles.

Por isso, cabe aos pais, professores e todos os adultos que estão em volta da criança incentivarem os pequenos a explorar e diversificar suas atividades sem impor escolhas, impedindo que essas expectativas sociais limitem o desenvolvimento.

A atuação do adulto deve ser de supervisão, mas não de interferência. Cabe a ele o papel de mediar e sugerir possibilidades, apresentando um universo sem criar barreiras.

É tudo igual mesmo?

Existem diferenças sim! Mas elas independem do sexo. Cada criança é um indivíduo diferente e que vai ter seus próprios gostos, preferências e escolhas. Por exemplo, as crianças hiperativas vão mesmo preferir os brinquedos e brincadeiras mais dinâmicos e que exijam mais fisicamente.

A melhor escolha é adaptar as atividades de acordo com as características distintas e faixa etária dos pequenos.

Além de ser uma forma de comunicação, expressão e aprendizado, as brincadeiras apresentam um grande impacto nas habilidades adquiridas e na visão de mundo que a criança terá ao crescer.

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